Dias memoráveis - parte I

Depois de uma semana estafante, mas igualmente gratificante - aos mais diversos níveis - eis que chegou o tão desejado fim de semana. É incrível como passa sempre a correr. O que é bom acaba mesmo muito depresa. 

Fui a casa. O dia estava óptimo. O sol convidava ao passeio e a minha cidade é imperdível num Sábado à tarde.

Fomos almoçar a um restaurante tradicional em Vizela. Aconselho vivamente. Quando forem para aqueles lados, vão lá. O nome é pouco apropriado para Sportinguistas ferrenhos como eu, e os meus lá de casa (em Guimarães) - o ÁGUIA D'OURO - mas como somos todos uns gulosos, preferimos dizer que vamos almoçar ao Sr. Pinto, o nome do Dono do Restaurante. Parece menos mal. Comem-se lá umas entradas, e um folhado de nata, que é um verdadeiro pecado mortal... Já estou a salivar...

Por la tarde, fomos aproveitar o sol e passear. 3 gerações de mulheres lá de casa. Eu, a Mãe, e a minha filha. Apesar do sol e do ar tão pouco natalício que se faz sentir em todo lado, ali já se respira a agitação própria do final do ano. Muita gente na rua.

Aproximam-se as Nicolinas, depois o Natal e a cidade ganha um movimento que lhe é tão próprio nesta altura do ano. Gil Vicente, Santo António, o Toural, as castanhas, os bombos, os nicolinos, o regresso à adolescência.

E este fim de semana teve um sabor especial a adolescência. Já não o via há uns 17 ou 18 anos. O mulato mais lindo que já conheci. Memórias de uma paixão rápida e fulminante. Própria da adolescência rebelde. Está literalmente na mesma. Que inveja! Não tem uma única ruga de expressão a marcar-lhe o rosto, aqueles olhos castanhos profundos, o sorriso aberto... E numa fracção de segundos regressei ao liceu, à juventude, às loucuras, às "Insanidades Divinas" dos tempos que não voltam mais... à Praça Santiago, à tarde da Luva Branca. 

Agora usa um piercing no nariz. E que bem que lhe fica. Não mudou nada. Continua o mesmo rebelde de sempre.

O dia prometia, e não ficou por aqui...