Momentos perfeitos...
Cold Little Heart de Michael Kiwanuka
Hoje por pura distração acabei por fazer um percurso diferente para o trabalho, vim pelo centro da cidade. Normalmente venho pela periferia para ser mais rápido, mas os esquemas de férias dos miúdos e ter de os deixar em pontos diferentes acabam por ter destas coisas.
O bom da coisa e o porquê desta partilha tem a ver com a sensação de estar bem, calma e tranquila, e de coração cheio. Um pequeno momento de mindfulness, de gratidão, de sentimento do universo a tocar-me na pele, como se a dizer-me está tudo bem, está tudo certo.
O sol abriu cedo hoje, e o reflexo dos raios a bater nas fachadas dos prédios, uns quase em ruínas, outro reconstruidos, o sobressair do contraste da arte urbana com a arte arquitetónica de outros tempos, o brilho da estrada de paralelo, o verdejante dos jardins, o cheiro e o silêncio e calma aparente da cidade que ainda está a acordar. Como eu gosto dessa hora da manhã!
E o que ainda é mais curioso é o sentimento de pertença, não necessariamente à cidade, porque esta não é minha e apesar das duas décadas que já passaram, com muitos ais e uis, continuo a não a sentir como minha, é o mesmo sentimento de pertença que tenho sempre que mergulho nas minhas memórias sensoriais daquela que vai ser sempre a minha cidade, ou que tive noutras cidades da Europa que tive oportunidade de visitar. Talvez seja esse sentimento de calma, paz, silêncio, e equilíbrio que me traz um profundo sentimento de ESTÁ TUDO BEM! ESTÁ TUDO CERTO! ESTÁS EM PAZ!
E para tornar o momento ainda mais perfeito, esse som a passar na rádio!
Que seja um dia perfeito, e de preferência sem palhaços!
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