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A mostrar mensagens de março, 2006

Memórias #1

já é manhã. Ainda é cedo mas o sol está já alto e entra e aquece de uma forma incontrolável o quarto amplo. A cama larga com mais de 2 x 2m, com uma cabeceira toda trabalhada em ferro, com motivos florais, fortemente pregada à parede, e o quarto em tons fortes, quentes, pintado a vermelho esponjado, creio. O ar estava saturado e era difícil respirar, mas o cheiro do mar e a paisagem paradisiaca ajudavam a suportar o calor infernal. Passavam algumas horas do início de uma nova vida. E lá estavamos. Deitados, nús, estafados de uma longa noite, a primeira de muitas de uma nova vida. Já passaram quase oito anos e recordo-me dessa manhã como se fosse hoje. São momentos breves, mas que nos marcam a memória para sempre. Nunca me tinha acontecido antes, e não voltou mais a acontecer. Ele acorda-me de um sono profundo. Estava a chorar convulsivamente e não conseguia deter as lágrimas. Com o que sonhava, não sei. Não conseguia lembrar-me, era como se estivesse a acordar de um sono limpo. Não hav

Ilusão #1

Cheguei. Atrasada como habitualmente. Pouco depois dou por mim a observá-lo de forma descarada, mas inconsciente. - Que sorriso fantástico! Pensei. A sua pele branca, pálida, por falta do sol que teima em não aparecer, típico do país em que vivemos, mas brilhante. Radiante de felicidade e calma. -Que cabelo fantástico! Sempre tão limpo e tão macio que dá mesmo vontade de tocar. Fecho os olhos e quase que o sinto entre os dedos. Como será o seu cheiro?! Como será o seu cheiro...

e eu sou assim...

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está assim a minha cabeça. Aliás acho que foi sempre assim, um turbilhão de ideias, de imagens, de sentimentos, de cores, de muitas cores. A conclusão é sempre a mesma, eu vivo em stress. Já não sei viver de outra maneira. A falta de rotina, o desejo e a ansiedade de experimentar sempre coisas novas - novos lugares, novos sabores, novos cheiros, novos sentimentos - fazem com que a vida se preencha de uma forma avassaladora e quando paro e olho para trás penso - já passaram 30, como é que é possível se continuo a sentir que tenho 18, às vezes até menos. Não, não é que viva mal com a minha idade, muito pelo contrário. Estou nos TRINTA, e estou a adorar, mas na realidade, bem lá no fundo continuo presa a todas as minhas anteriores idades - a idade da infância, a idade escolar, a idade do liceu, a idade da faculdade, a idade de ter que ser adulta e brincar aos crescidos. B rincar ao casamento, brincar aos pais, brincar a uma mulher de sociedade casada e respeitada. Ainda bem que é só a br
Well, well, well. Let's see where this will take us.