E de repente tudo acalmou


...

Estávamos de férias numa praia  muito rochosa e com um ar místico. Muitos penhascos e ravinas a convergir para um mar agitado. De repente andávamos no meio das rochas, cheias de musgo e ouvia-se uma música de fundo que instigava o suspense, a ansiedade e a expectativa.  O respirar tornava-se mais denso, arfado e aflito com o passar do tempo. Numa das rochas uma caveira de alien moldada adensava a imaginação.

Todo o local tinha um ar intrigante e misterioso.
A casa parecia assombrada. Os ventos fortes ressoavam em todas as esquinas e levavam tudo pelos ares. As janelas e portas abriam de repente e passava um vento tenebroso, impossível de controlar.
A casa era pequena, de madeira, com um ar sombrio, na primeira linha de praia, numa correnteza de casas de verão.

Repentinamente estávamos de novo na praia e éramos constantemente perseguidos por ondas gigantes e ameaçadoras, a roçar os maremotos. Indiscritivel em palavras humanas.

Ouvimos uma história de que tal acontecia naquela casa porque teria vivido e morrido lá alguém, uma mulher, e as manifestações destruidoras da natureza seriam a proteção do seu amado, que não quereria ninguém a habitar aqueles espaços, aquelas paredes e janelas que em tempos foram suas e do seu amado, aquelas paredes e janelas que tantas vezes testemunharam o seu amor.

Num laivo de coragem, enfrento mais uma onda gigante que vem arrasar-nos. Falo com ela, tento parar na sua fúria e lembrar-lhe do imenso amor que sentira por aquela mulher...

E de repente tudo acalmou.

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